A investigação teve início com a denúncia da própria
FEMA, que foi informada pela VUNESP, empresa responsável pelo vestibular para
ingresso no curso de medicina, que as impressões digitais de cinco candidatos
inscritos no processo seletivo apresentavam inconsistências.
Foi possível apurar que a fraude no vestibular
consistiu na realização da prova por terceiras pessoas, que se identificaram
como sendo os verdadeiros candidatos, denominados pela organizadora do certame
como “pilotos”, os quais assinaram as listas de presença, as folhas de
respostas, assim como tiveram coletadas suas impressões digitais e captadas
suas imagens durante a realização da prova do vestibular.
Com o auxilio do IIRGD - Instituto de Identificação
Ricardo Gumbleton Daunt, de São Paulo, foram realizadas perícias técnicas nos
documentos apresentados e num primeiro momento ninguém foi identificado. Sendo
possível confirmar apenas que os verdadeiros candidatos não realizaram as
provas. Somente com diligências nos Institutos de Identificações dos outros
Estados e do Instituto de Identificação Nacional foram identificados os cinco
“pilotos” que realizaram as provas no lugar dos candidatos.
Os cinco “pilotos” investigados possuem formação em
curso superior de medicina, exercendo suas funções em postos de saúde nas
imediações de suas residências.
Foi apurado ainda que os pilotos fazem parte de uma
organização criminosa especializada em fraudar vestibular de ingresso ao
concorrido curso de medicina.
Identificou-se o “mentor” da organização, que atuava
como elo entre os “captadores” dos alunos interessados nas vagas e os
“pilotos”, aqueles que realizavam as provas; um dos captadores foi preso na
primeira fase da operação. O integrante responsável pela falsificação dos
documentos também foi identificado.
Apurou-se, também, indícios de a organização
criminosa ter atuado, além do vestibular da FEMA, nos certames dos cursos de
medicina das seguintes faculdades: Unicesumar-Centro Universitário de
Maringá-PR; UNIFIP-Centro Universitário de Patos em João Pessoa-PB;
FMABC-Faculdade de Medicina do ABC em Santo André-SP; FITS-Faculdade Integrada
de Tiradentes, em Jaboatão dos Guararapes-PE e Unifadra-Faculdades de Dracena.
Foi apurado ainda, as participações de outros quatro
“pilotos” que fizeram provas de vestibulares para o curso de medicina se
passando pelos candidatos. Então, a organização contava com a atuação de nove
“pilotos”.
Da distribuição financeira: O “captador” recebia do
candidato ou seu familiar, o valor de R$ 80 mil, com esse valor ele pagava ao
“intermediário”, R$ 30 mil e este repassava R$ 25 mil ao piloto. Os R$ 5 mil,
seria a comissão do intermediário.
A Policia Civil do Estado de São Paulo representou
pela concessão de 22 Mandados de Buscas Domiciliares e 12 Mandados de Prisão
Temporária, concedidas pelo Poder Judiciário e estão sendo cumpridas nas
cidades de São Paulo/SP, Ribeirão Preto/SP, Natal e Mossoró/RN, Juazeiro do
Norte/CE, Campina Grande/PB e Montes Claros/MG.
A operação é denominada ASCLEPIO e VERITAS, onde
“Asclepio” é o Deus da Medicina e “Veritas” uma expressão em latim que faz
referência ao trabalho na busca da verdade, no caso uma demonstração da Polícia
Civil do Estado de São Paulo de como os fatos realmente ocorreram, como foi
feito o vestibular e ingressaram no curso de medicina. Informações da Polícia
Civil.
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