Símbolo de esperança e amor, Francisco Guedes Bombini, 6 anos, o Super Chico, como ficou conhecido nas redes sociais, morreu nesta segunda-feira (6), em Bauru. O carinhoso apelido veio em decorrências das inúmeras batalhas que o pequeno enfrentou desde quando ainda estava no ventre da mãe, semanas antes do seu nascimento, em 6 de outubro de 2016.
Com síndrome de down, sua história de luta pela vida ganhou a
Internet no País todo e tornou-se fenômeno na web. Por lá, foi possível
acompanhar a dedicação para com ele dos pais Daniela Guedes Bombini e
Carlos Alberto Bombini e das irmãs Clara e Beatriz, além de toda a família. O
exemplo inspirou muita gente país afora.
O velório está previsto para começar às 9h desta segunda-feira
(6), no salão nobre 1 do Terra Branca, na quadra 5 da rua Gerson França, no
Centro.
LUTA PELA VIDA
Super Chico nasceu com 30 semanas de gestação com problemas
renais, cardíacos, gástricos e pulmonares. O menino ainda precisou de outras
seis cirurgias e passou os seis primeiros meses de vida no hospital. "Eu
fazia a festa na UTI. Via mães deprimidas e não queria ser daquela forma.
Queria ser diferente, levar alto astral para meu filho", contou a mãe em
entrevista ao JC. Na pandemia, antes das vacinas serem adquiridas no Brasil, teve
Covid-19 duas vezes, voltou a ser internado e, para vencer as infecções, contou
com muito carinho e dedicação, 'poderes' que a família mostrava todos os dias
no Facebook e no Instagram.
O Super Chico soma 1,5 milhão de seguidores. "Eu precisava
incluí-lo. Em vez de esconder, eu faço questão de mostrar meu filho",
revelou Daniela, que, além do trabalho no escritório Maia Sociedade de
Advogados, também preside a Comissão de Direitos Humanos da OAB Bauru. Quando
todos foram dormir neste domingo (5), Chico estava bem. No entanto, por volta
das 2h, a enfermeira que o acompanhava constatou que ele estava sem os sinais
vitais. O socorreram, mas o pequeno chegou sem vida ao hospital.
DESPEDIDA
Em texto publicado nas redes sociais, ela fez um agradecimento
pelos anos de amor vivenciados com o filho. Veja na íntegra:
"Chico me contava tudo! Ele não
falava, mas ao mesmo tempo falava muito! E pelos cotovelos ainda. Mas, de vez
em quando, eu percebia que ele cochichava com alguém e se eu olhasse ele
disfarçava. Vira e mexe eu passava e ele estava resmungando e virava, me olhava
e sorria. O sorriso mais puro de todo o universo! E eu pensava: com quem Chico
conversa?
Tenho certo pra mim que todos temos uma
missão nessa vida e a do Chico foi a de plantar sementes de amor no coração das
pessoas. Era essa sua tarefa diária, depois dava satisfação, passando relatório
e tudo mais, por isso falava tanto. 'Papai do céu, hozi eu fizi uma pessoa
solí, quedita? Masi uma!' E descobri que era a Deus que ele se reportava! Todo
santo dia, a todo minuto. Falavam em missão, em amor, em mudança de olhar para
um mundo mais igual, humano, em como poderiam melhorar. Mas, ao mesmo tempo,
tava um rolo lá no céu.
Foi então que ele se abriu lindamente e
Chico voou, com uma luz imensa em seu entorno. No último relatório de sua vida
na Terra ele escreveu: 'aqui estive e aqui tentei fazer a diferença! Aqui dei
exemplos e aqui vivi intensamente com muita força, cabeça erguida e sempre
muito feliz! Deixo a mamãe, o papai, minhas tatas, minhas vovós e vovô, titios,
familiares e amigos, todos vocês, mas com uma lição de casa: tontinuá meu
tabalo! Foi malaviloso!", se despede a mamãe.
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