Nesta segunda-feira, faleceu Ditinho, um dos mais importantes radialistas de Dracena e região. Velório e sepultamento na terça-feira.
Benedito Preto de Godoi nasceu em Lucianópolis,
região de Garça, em 15 de janeiro de 1935. Como perdeu os pais quando era
criança, um irmão mais velho o entregou para a família de Lázaro Preto de
Godoi, que o criou como filho. Já na infância, Ditinho começou a aprender tocar
instrumentos musicais, começando pelo cavaquinho, enquanto trabalhava na zona
rural. Já gostava de rádio e acompanhava programas de uma emissora de Vera
Cruz, região de Marília.
A família transferiu-se em 12 de maio de 1943 para o
Bairro Guaraniúva, em Pacaembu, e aumentou o interesse de Ditinho pela música,
formando até a dupla sertaneja Geninho & Jaraguá para apresentação numa
rádio que funcionava em Flórida Paulista. Benedito, que era o Geninho, tocava
também violão e sanfona.
A carreira no rádio avançou em Lucélia, onde residiu
por vários anos, com passagens ainda por rádios de Adamantina e de Campo Grande/MS.
Atuou como vendedor de bordados de Ibitinga.
A chegada a Dracena se deu em 1º de novembro de
1977. Na época, a Rádio Nova Dracena era recente no ar e o amigo Badola indicou
Ditinho para o proprietário da emissora, ex-prefeito Oswaldo Paulino dos
Santos.
Ditinho dedicou-se integralmente ao trabalho na Nova
Dracena, com programas sertanejos na madrugada, à tarde e no período noturno.
Também fazia a organização de shows e bailes. Seus programas tinham os nomes de
“Tesouro da madrugada”, “Rancho do vale” e “No colo da noite”.
A mudança de emissora ocorreu depois de 1984, quando
o ex-prefeito Paulo Tahara comandou as rádios Difusora e Regional. Em 1988,
Ditinho saiu candidato a vereador, mas não se elegeu.
A volta à Nova Dracena se deu em 1989, passando
depois para Rádio Globo até 2013. Em 2012, Ditinho chegou a ser internado na
UTI com problemas de saúde.
O último programa foi na Rádio Regional em 2014,
quando tinha 79 anos de idade, e comandou o “Nossa terra, nossa gente” por um
curto período, encerrando sua carreira e ficou como ouvinte de radialistas como
Chico Ceará, Pena Júnior, Renato Rocha e Cláudio Santos, a quem sempre dava
conselhos e dicas. Ditinho residiu por muitos anos na Rua Marechal Deodoro da
Fonseca, na região da Vila Lucélia. Em sua trajetória já teve até um bar na Rua
Magid Zacarias na década de 1980 em diante.
Sua última grande entrevista foi concedida a Valmir
Jorge, no programa Made in Dracena, em janeiro de 2020.
Ditinho atuou por mais de 50 anos área de
comunicação, sempre priorizando a música sertaneja raiz. Ele fazia questão de
valorizar os nomes dos compositores das músicas. Também gostava de contar
piadas e fazia imitações.
Ditinho disse em entrevista que sempre foi grato
pela recepção que recebeu em Dracena, juntamente com seus familiares. Ele ainda
gostava de dizer que lançou vários radialistas, incluindo seus ex-técnicos de
som nas emissoras onde trabalhou.
Era casado com dona Dorcília, com quem teve os
filhos Luiz Carlos Zingra, Lázaro Neto (Zico), Laércio, Carlos Alberto e Cristina.
Deixa ainda os filhos Everton Luís e Ana Carolina, noras, genros, netos e bisnetos. Estava residindo na casa de um
filho no Jardim das Palmeiras.
Ao longo de sua carreira recebeu várias homenagens
de autoridades e ouvintes. Foi homenageado na Câmara Municipal, no Rotary e num
festival de música.
Enfim, o rádio do interior de São Paulo perdeu um de
seus principais nomes. Dracena ficou sem uma referência na música sertaneja por
quase 45 anos. Adeus e obrigado, “Veio” Ditinho.
O velório será realizado no Memorial VidaPrev, a partir das 9 horas desta terça-feira (feriado) com sepultamento às 15 horas.
Benedito Preto de Godoi, o Ditinho da rádio |
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