São muitos os funcionários públicos que estão dando
sua contribuição à população nesse momento de crise que estamos passando, ora
com ações individuais, ora de forma coletiva.
Os atos de assistência ao próximo são os mais
variados e vão desde a compra, arrecadação ou organização de entrega de cestas
básicas, máscaras para profissionais da saúde, financeiramente e ajuda
psicológica (por profissionais da área, claro).
Os servidores públicos não são ilhas no oceano
tampouco oásis no deserto da pandemia e, por isso, sofrem as consequências que
dela advém. São maridos, mulheres, pais, filhos, irmãos, sobrinhos, tios,
primos, companheiros, conviventes e parceiros e, dessa forma, sentem na pele o
desemprego, o comércio fechado e os problemas de saúde que cada um dos seus
(familiares e amigos) estão experimentando.
Os servidores públicos contribuem, e muito, para
diminuir a crise. "Ficar em casa" não está sendo uma opção, não é
bom, desgasta e consome, psicológica e mentalmente porque a necessidade própria
do ser humano, a subsistência e manutenção da vida, nos tiraram de casa logo
cedo, ainda novos, e nos pôs a trabalhar, fora dela. Não somos acostumados a
estar/ficar dentro de casa. Mas, mesmo em casa, os servidores públicos não
estão parados assistindo a crise.
No sistema “home office” o trabalho continuou e os
números do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo são a prova fática que a
roda não parou de girar.
A “Justiça” ainda está chegando no cidadão que
tanto dela necessita nesse momento, senão vejamos: “De 16/3 a 26/4, o
Judiciário paulista produziu quase 2,9 milhões de atos judiciais. No período, a
primeira instância do TJSP proferiu mais de 350 mil sentenças, 1,4 milhão de
decisões interlocutórias e 915,8 mil despachos. No segundo grau, foram 87,4 mil
acórdãos, 102,7 mil despachos e 9,4 mil decisões monocráticas”**. São 3 mil
magistrados e 40 mil servidores trabalhando**. Assim é que, a menção do
Ministro da Economia, Sr. Paulo Guedes, que os funcionários públicos estão em
casa com a geladeira cheia e assistindo a crise, da forma como dita, aumenta a
pressão, além daquelas normais do dia a dia, sobre os funcionários públicos,
como se não estivessem sendo atingidos pela pandemia.
A seguir a linha de raciocínio do Ministro da
Economia, dentro em breve os funcionários públicos terão que abrir a geladeira
e doar metade para sustentar uma crise de saúde e financeira que assola o
mundo, e que não causaram (São vítimas também).
Alguns barcos podem ser diferentes, mas a tormenta
é igual para todos. A persistir a tempestade com essa magnitude, os servidores
públicos também sucumbirão porque, se por enquanto possuem um barco melhor, por
conta dele mesmo terá que socorrer muitos dos seus. Não há barco que resista a
essa onda gigantesca. Contribuem para espancar a crise, doam e continuarão
doando se, e quando preciso for. Nunca se negaram a ajudar o próximo.
Aliás, diga-se de passagem, o fazem sem propalar e
divulgar aos quatro cantos, principalmente porque o Estado não se lembra de
todos os seus o tempo todo. Prova dessa omissão (esquecimento) estatal foi o
susto que teve com a multidão de "invisíveis" que apareceram no
Programa Emergencial.
Servidores públicos são empregados, mas também empregam
e consomem. "Tirar" direitos e ou diminuir poder de compra de
funcionários públicos, será um ato contra a economia do País.
Com relação ao congelamento dos salários, isso nós
contribuímos, por muitos anos.
** - Dados
colhidos no site e na rede social (facebook) do Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo.
Artigo publicado no site da ASSOJURIS
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