Recebi o convite para
participar do Jogo da Saudade em Dracena. Veio um feixe de luz, uma lembrança
gostosa de um grande time de Dracena de 1982. Disputávamos um campeonato
dificílimo na Divisão Intermediária do estado; esta agremiação mantinha um
elenco fantástico em qualidade técnica; relacionar nomes de destaque não me
atrevo, pois o grupo no geral era competitivo.
Quero contar de uma passagem
que nunca esqueci pela crueldade que os dirigentes da FPF trataram nossa
equipe, foi um “desrespeito’’. Tudo começou quando o Dracena se deslocou até
Araçatuba para disputar a vaga de campeão da chave do primeiro turno. Éramos
naquele momento comandados pelo técnico Eca, veterano conhecedor do futebol do
interior paulista. Lembro da minha dificuldade para tentar se recuperar de um
grande resfriado, e uma tosse insuportável, era dúvida; antes de escalar o
elenco que entraria jogando, “seu” Eca veio com um copo cheio de limão,
conhaque e sal e mandou-me tomar. Aceitei o trago e comecei a aquecer junto com
o elenco, o suor veio em cascata, me senti bem e confirmou-se a escalação
final.
Começou a partida naquela
cidade, o jogo foi à noite, era um clássico daquele tempo, tínhamos jogado várias
vezes contra aquela agremiação e obtivemos só vitórias. O elenco adversário era
constituído por grandes atletas, alguns oriundos do Corinthians Paulista, como
Dicão, Edson Fumaça e Paulo Vidotti. Fomos para o intervalo perdendo por 2 x 1;
o calor estava nos esgotando, mas como citei no início do texto, este time
tinha um elenco experiente e de qualidade, não foi difícil virar o jogo, já
contávamos com a vitória, pois o zagueiro adversário Paulo, saiu expulso, e
faltavam perto de cinco minutos para o término da peleja. Mas, aconteceu algo
que interrompeu o evento, foram desligados os refletores, ficamos esperando o
tempo exigido e não retornando a energia o árbitro encerrou a partida. Fizemos a
viagem de retorno em clima de festa, fomos recebidos como campeões da fase.
Amanheceu o dia na segunda-feira, reunimos, como era tradição, os atletas e
fomos buscar um barril de chopp no “seu” Dovilho Moura. Iríamos pescar no Rio
do Peixe; pescar era o modo de dizer e sim fazer um belo churrasco em baixo da
ponte. Já anoitecendo veio um mensageiro do clube avisando que jogaríamos de novo
contra o Araçatuba, pois a Federação anulou o resultado, já na quarta-feira na
parte da tarde. Fomos surpreendidos não acreditando no recado, estávamos todo o
grupo reunido naquele local, na folga do sucesso adquirido em campo.
Finalizando a resenha, juntamos o pessoal e voltamos para a cidade. Jogamos novamente contra o
opositor e infelizmente perdemos pelo placar mínimo. A uma única derrota para
aquele time nos tirou o titulo do turno. Foi lamentável escutar o nome de José
Maria Marin, o interventor da FPF, que nos passou a perna.
Dirceu Pato, zagueiro do
Dracenão em 81-82
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