quarta-feira, 8 de março de 2023

HOMENAGEM PARA MULHERES NA CÂMARA: CONFIRA A MENSAGEM DA REPRESENTANTE DO CONSELHO

Maria Dias Pereira foi homenageada na Câmara Municipal juntamente com outras mulheres da comunidade na segunda-feira em alusão ao 8 de março. Maria representou a Paróquia São Francisco de Assis e fez o pronunciamento em nome do Conselho dos Direitos da Mulher, da qual é presidente.

Confira a fala da representante:

Juntas pela igualdade de oportunidade e defesa da vida

Acredito que todas nós homenageadas hoje sabemos a importância do Dia Internacional da Mulher.

É comemorado mundialmente no dia 8 de março, porque nesta data em 1917 milhares de mulheres se reuniram no protesto na Rússia que ficou conhecido como "Pão e Paz". Nesse protesto, as mulheres reivindicaram melhores condições de trabalho e de vida, lutaram contra a fome e a Primeira Guerra Mundial, deram o primeiro passo de coragem de se fazerem ouvir em uma sociedade com cultura machista ONDE a mulher não tinha voz e nem vez, porém trabalhos a elas atribuídos eram tão importantes como os dos homens.

A comemoração do Dia Internacional da Mulher frisa a importância da mulher na sociedade e a história da luta pelos seus direitos e aqui coloco pela luta do “gênero mulher”.

Costumam confundir o “Feminismo” movimento que combate a desigualdade de direitos entre mulheres e homens como antagonismo de “Machismo” e ressalto que isso deva ser esclarecido porque o feminismo trata somente sobre combate a desigualdade de tratamento não de superioridade, feminina sob a masculina, mas igualdade de oportunidades.

Hoje, aqui temos muitas mulheres da qual eu estendo através da comunidade que represento a Matriz São Francisco de Assis. Felicitações, bênçãos e muitas graças, pois fui escolhida assim como vocês, para representar as mulheres que trabalham  em prol de um mundo  melhor em cada segmento aqui escolhido. Parabéns a todas!

Neste mês destinado às mulheres, venho aqui prestar minha homenagem como presidente do Conselho dos Direitos da Mulher de Dracena às mulheres vitimas de violência doméstica que silenciosamente lutam pela sobrevivência e por muitas vezes sobrevivem a relacionamentos abusivos e violentos por conta de seus filhos, tema que será mais esgotado esse mês por vários segmentos da sociedade. 

O assunto se tornou tão sério que o Conselho Nacional de Justiça estabeleceu desde março de 2015, a Semana de Justiça pela Paz em Casa com três edições de esforços concentrados por ano para trabalharmos o tema na sociedade.

As semanas ocorrem em março – marcando o dia das mulheres

Em agosto – por ocasião do aniversário de sanção da Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006) –

E em novembro – quando a ONU estabeleceu o dia 25 como o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher.

O programa também promove ações interdisciplinares organizadas que objetivam dar visibilidade ao assunto e sensibilizar a sociedade para a realidade violenta que as mulheres brasileiras enfrentam. E nós em nossos segmentos devemos escutar e estar atentas às novas políticas públicas com relação à violência contra mulher assim como as primeiras mulheres russas citadas, pois o Brasil tem a terceira melhor lei do mundo de proteção às mulheres e é o quinto pais que mais mata suas mulheres num ranking mundial, não tem algo errado?

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, ao menos uma pessoa ligou, por minuto, em 2021, para o 180 ou 190 denunciando agressões decorrente da violência doméstica contra meninas e mulheres.

O número de vítimas de feminicídio - assassinato de mulheres cometido em razão do gênero - caiu 2021. A análise tem como base informações das Secretarias Estaduais de Segurança Pública.

Em 2021, 1.341 morreram por serem mulheres, enquanto em 2020 o número de vítimas foi 1.354.

"Mesmo com a variação, os números ainda assustam: nos últimos dois anos, 2.695 mulheres foram mortas pela condição de serem mulheres", aponta analise do Fórum.

Em nossa cidade, não foi diferente, pois tivemos duas mulheres mortas por feminicídio e os dados apontam para um aumento da violência em 2022 e 2023 e temos uma mulher morta por dia no Brasil é assustador.

O tema tem que ser discutido na sociedade, pois só com a divulgação e discussão dos assuntos, trazendo também as entidades, igrejas, associações para abordagem do tema chegaremos à mudança de cultura.

Quem já não ouviu dizer a frase: ‘em briga de marido e mulher não se mete a colher’?

Agora ouviu a briga disk 180.

Mulher que apanha gosta de apanhar, agora disk 180.

Um tapinha não doi, agora disk 180.

Com pequenos gestos poderemos evitar feminicídio porque é uma questão cultural e estrutural, entre outros e merecem e precisam da nossa atenção.

É um tema muito grave e conclamo vocês representantes de entidades que levem esse tema para reuniões de suas entidades e coloquem em discussão nesse mês das mulheres não só no Dia da Mulher, aniversário da Lei Maria da Penha e no dia que a ONU destinou como Dia Mundial dos Direitos da Mulher, mas coloquem em pauta quando puderem. Muitas ganham flores, mas muitas apanham e foram assassinadas.

Deus ilumine vocês porque não será fácil, mas só o trabalho em rede junta com a Defensoria Pública, a Delegacia da Mulher, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, o Poder Judiciário, CNJ e com toda sociedade se poderá minimizar ou evitar a dor de muitas famílias.

Meu muito obrigada a todos e todas.

JUNTAS PELA IGUALDADE DE OPORTUNIDADE E DEFESA DA VIDA! 

FELIZ DIA DAS MULHERES!

Maria Dias foi uma das homenageadas


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mande seu comentário no e-mail claudiojosejornalista@yahoo.com.br

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.