Com isso, a empresa de logística do grupo Cosan garantiu mais 30 anos de
operação da ferrovia, em troca de R$ 6,1 bilhões de novos investimentos e R$
2,9 bilhões em outorgas a serem pagas ao Governo Federal.
A comemoração, porém, já deu lugar a novos planos, segundo Beto Abreu,
presidente da companhia desde abril de 2019.
Nos próximos meses, a Rumo terá ainda a missão de pôr em operação o
trecho central da ferrovia Norte-Sul, concessão conquistada pela companhia em
março do ano passado.
A previsão é que as atividades comecem até junho de 2021, afirmou o
presidente da companhia de logística ferroviária e portuária.
MALHA PAULISTA - Do total de investimentos previstos na
renovação da Malha Paulista — trecho no Estado de São Paulo, até o porto de
Santos, que se conecta com Rondonópolis — , cerca de um quarto terá que ser
feito logo nos primeiros anos.
A ideia é aplicar por volta de R$ 1,7 bilhão até 2023, de um total de R$
6,1 bilhões previstos até o fim da concessão, em 2058.
As primeiras ações serão a compra de material rodante (vagões e
locomotivas) e obras para reduzir os chamados conflitos urbanos — basicamente,
a ideia é construir contornos ferroviários para tirar a carga do meio das
cidades, como São José do Rio Preto e Catanduva.
Além disso, estão previstas obras de ampliação de pátios, reativação de
ramais atualmente parados e a duplicação de trechos, como o trajeto de 111
quilômetros entre as cidades de Campinas e Itirapina.
A expectativa é mais do que dobrar a capacidade de transporte da
ferrovia, das atuais 35 milhões de toneladas por ano para 75 milhões, além de
fazer melhorias importantes, afirmou Abreu.
“A Malha Paulista foi concebida há um século, para transportar café.
Então você deve imaginar a oportunidade que temos de aumentar não só capacidade
da malha como também todo o aspecto de segurança e eficiência”, disse.
Para o presidente, a situação de caixa e alavancagem da Rumo é
confortável para fazer jus aos investimentos programados. A projeção mais
recente divulgada pela empresa previa um total de R$ 14 bilhões entre 2019 e
2023 para a companhia.
“Logo no início da crise, no fim de fevereiro, nos antecipamos para
garantir o caixa da empresa. Não vejo a crise atual como de liquidez, como
vimos em 2008. Obviamente, o custo do capital pode variar, mas, por outro lado,
o Brasil vive um momento de taxas de juros historicamente baixas”, afirma o
executivo.
NORTE-SUL - A nova operação do tramo central da
ferrovia Norte-Sul deverá começar entre junho e julho de 2021.
Ao contrário do inicialmente planejado, o primeiro trecho a entrar em
atividade será justamente o mais próximo a São Paulo, na ligação com a Malha
Paulista (em Estrela d’Oeste), que teve que ser construído do zero pela
empresa.
A ideia inicial era começar a operação pelo trecho de Anápolis (GO) e
Porto Nacional (TO), que já havia sido construída pela estatal Valec. Segundo
Abreu, a companhia decidiu inverter por conta da ligação com a ferrovia em São
Paulo. “Fazia mais sentido”, disse.
A ideia seria fazer um grande corredor ferroviário, formado pela Malha
Norte e pela Malha Paulista, para escoar a produção do Mato Grosso até o Porto
de Santos. Por isso, a empresa aguardava a renovação do contrato em São Paulo
para dar largada ao plano.
CRISE E RETOMADA - A crise atual teve impacto limitado na
operação da Rumo, já que aproximadamente 80% do negócio é voltado à exportação
do agronegócio, um setor menos afetado pela pandemia, disse Abreu.
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