Lenha na fogueira
O primeiro encontro do “mata-mata” entre Corinthians e São Paulo,
previsto para amanhã, suscitou muita polêmica, durante a semana. Andres
Sanchez, presidente do Timão, encarregou-se de acirrar os ânimos, pontuando que
sua equipe não pisa o gramado do Morumbi, caso o ônibus com seus atletas sofra
ataques da torcida adversária.
Sobrou para todos
Em 1957, São Paulo e Corinthians fizeram uma das mais atribuladas
decisões do Paulistão. O São Paulo ganhou por 3 a 1, mas o final do encontro
foi marcado por violentos protestos dos corintianos. Alegando que o terceiro
gol do tricolor (marcado por Maurinho) tinha sido irregular, torcedores do
alvinegro começaram a atirar garrafas para o gramado do Pacaembu. Alberto da Gama
Malcher, apitador carioca, chegou a suspender a partida por 6 minutos, até que
os ânimos serenassem. O episódio ficou conhecido como a “tarde das garrafadas”.
Pode escolher o lado
O marcador só foi aberto no segundo tempo. Amauri Marreco, Canhoteiro e
Maurinho anotaram para os campeões e Rafael descontou para os derrotados. O gol
de Maurinho que selou o triunfo são-paulino, surgiu de um contra-ataque. Antes
de arrematar, Maurinho teria dito para o goleiro Gilmar: “em que canto você
quer”? Findo o jogo, Gilmar tentou agredir o ponteiro do São Paulo que se
refugiou nos vestiários.
Teve gente que “amarelou”
Na histórica batalha, o São Paulo atuou com Poy, De Sordi e Mauro.
Sarará,Vitor e Riberto. Maurinho, Amauri, Gino, Zizinho e Canhoteiro. O
Corinthians com Gilmar, Olavo e Oreco. Idário, Valmir e Benedito. Cláudio,
Luizinho, Índio, Rafael e Zague. O volante Sarará entrou de última hora, porque
o titular Ademar pediu para não atuar, alegando disenteria e náuseas.
Réquiem por um lutador
Na mesma tarde, enquanto São Paulo e Corinthians decidiam o título, o
Ypiranga enfrentava o Noroeste, no velho estádio Alfredo de Castilho, em Bauru.
Caso perdesse, o simpático clube da capital cairia para a 2ª divisão. Na
partida, acompanhada por este jurássico articulista, o Noroeste venceu por 2 a
0. Rebaixado, o Ypiranga encerrou suas atividades, pouco tempo depois. E, em
novembro de 1958, o velho estádio de madeira do Norusca foi consumido por um
incêndio.
Professor Valdir Andrêo

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