quinta-feira, 31 de maio de 2018

PENITENCIÁRIA FEMININA REDIME PENA PELA LEITURA

Leitura e educação caminham juntas no processo de ressocialização e crescimento pessoal, mas agora trazem um benefício a mais para aqueles que se encontram reclusos: a remição de pena. O Projeto Clube de Leitura vem sendo implantado nas unidades prisionais do oeste paulista desde 2015, passando a ser executada na Penitenciária Feminina de Tupi Paulista em junho de 2017. Porém, neste ano, é que começa a gerar frutos graças à recente parceria para análise das resenhas produzidas.
Desde o mês de janeiro, o estabelecimento já formou oito turmas de leitura, com a participação de 25 reeducandas cada. Dessas, até o momento, foram analisadas seis resenhas, das quais três encaminhadas para apreciação do juiz, sendo que as demais serão enviadas posteriormente. A região de Presidente Prudente tem se destacado em ser a primeira do Estado a ter quase 100% das unidades prisionais inseridas no projeto. Atualmente, participam 21 estabelecimentos administrados pela Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Oeste do Estado (Croeste), sendo 19 subordinados à regional da Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap) de Presidente Prudente e dois, à regional de Mirandópolis.
Em março, a Funap e a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) firmaram parceria com as faculdades da Rede Gonzaga de Ensino Superior (Reges) de Dracena e Osvaldo Cruz e suas conveniadas de Junqueirópolis (Unialpa) e Tupi Paulista (Cestupi). A partir de então, cada presídio e cada faculdade recebe um kit com 60 títulos literários, os quais são distribuídos entre os sentenciados, podendo gerar quatro dias de remição de pena para cada 30 dias de leitura. Todo o processo é realizado pela Funap, por intermédio de mediadores - geralmente sentenciados contratados, que se reúnem com os participantes em três ocasiões.
Desenvolvimento
A leitura é avaliada mediante produção de resenha crítica, encaminhada para validação pelos universitários, sob supervisão de professores, que analisam: estética, limitação ao tema e fidedignidade. Após as correções, são emitidos pareceres às unidades prisionais que, por uma comissão, solicita a remição de pena ao Juízo da Execução.
 “É uma oportunidade de reflexão e diálogo. A leitura os leva a esquecer que estão na prisão”, frisa a gerente regional da Funap de Presidente Prudente, Camila Menotti Zanuto. “É também uma maneira de contribuir com a leitura dos universitários e, ao mesmo tempo, com a ressocialização dos presos”, completa o diretor da Faculdade Reges de Dracena, Fábio Holmes Lins.
Para a diretora da Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, Adriana Alkmin Pereira Domingues, a ação auxilia no planejamento de projetos além das grades e o senso crítico: “Isso possibilita às reeducandas uma viagem a lugares onde as grades não as permitem ir. A leitura pode levar a um mundo diferente do qual conheceram, levando até mesmo a uma mudança de vida, de comportamento”, explica.




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