A última vez que
visitou Dracena foi em fevereiro de 2012. Confira trechos de uma entrevista
concedida pelo ex-prefeito ao extinto Jornal Diário em 2007.
A MUDANÇA PARA
SANTA BÁRBARA
“No dia 19 de
março de 1983 eu e minha esposa deixamos essa adorável cidade porque somente
nós dois residíamos em Dracena. Os nossos seis filhos haviam deixado a cidade
há tempos em razão de estudos ou por transferências de atividades profissionais”.
SEM
RESSENTIMENTOS
“Não tenho ou
trago nenhum ressentimento de ou com Dracena. Sofri demasiadamente durante os
quatro anos de minha administração, tendo por enfrentar uma oposição desleal,
agressiva e contestatória. Todavia, reconheço (pois consta na história da
humanidade) que todo aquele que buscou proporcionar ou fazer algo de bom para o
povo, sofreu injustas contestações. Portanto, não guardo nenhuma mágoa ou
ressentimento de absolutamente nada”.
PERÍODO EM QUE
GOVERNOU DRACENA
“Acredito que o
período de minha administração foi até hoje o mais difícil e crítico que
Dracena atravessou. A não ser o eficiente serviço de abastecimento de água,
concretizado na gestão de meu antecessor Arthur Pagnozzi, a rigor Dracena não
tinha mais nada (a não ser a volúpia de seu crescimento”.
“Seus
estabelecimentos de ensino eram barracões de madeira em péssimas condições de
segurança e higiene; encontrei a cidade em absoluta escuridão. Não tínhamos
plano de asfalto e nem rede de esgoto. Não tínhamos hospital, jardim, delegacia
de polícia, hospital, Fórum, cadeia, rede telefônica, matadouro, albergue
noturno e biblioteca”.
“Ao concluir
minha administração Dracena contava com galerias pluviais, 10 novas escolas,
Escola Técnica do Comércio, 10 quilômetros de estrada no município e 40
quilômetros no Mato Grosso, iluminação da Marrequinha, 18 alqueires de terra
para o novo aeroporto, postos de saúde em Jamaica e Jaciporã, portão e muro no
cemitério, fábrica de tubos e manilhas, posto telefônico no Metrópole e Vila Barros,
motoniveladora, caminhão basculante e jeep para o gabinete, Delegacia de Polícia
e guarda noturna, ambulância e abertura do açougue municipal de emergência que
vendia carne mais barata para o povo”.
DUAS MAIORES
REALIZAÇÕES
“Rede de esgotos
sanitários e ligações domiciliares – Esse imprescindível melhoramento, cuja
conquista tornou-se resultante de minha insistência junto ao Departamento de
Obras Sanitárias, sendo a respectiva solicitação, respaldada pela ótima
situação de nossas finanças municipais, obtive junto à Caixa Econômica Estadual
o empréstimo de quase 40 milhões de cruzeiros. Executamos com fiel obediência o
respectivo projeto, por administração direta da Prefeitura e, num prazo de oito
meses, construímos 28 quilômetros de rede de esgoto com as necessárias ligações
domiciliares (instaladas, inclusive, em todos os lotes vagos). Segundos dados
do IBGE de 1982, os meus quatro sucessores num período de 22 anos somente
aumentaram a cidade rede em 11 quilômetros”.
NÃO ACEITOU
PROPINA
“Recusei aceitar
uma comissão (propina) de 14% de uma firma de São Paulo para lhe ceder em
empreitada o projeto da rede de esgoto. E eu tinha condições legais para
fazê-lo. A soma que receberia, se aceitasse essa propina, foi o que sobrou do
projeto executado a contento. Tomei a decisão de recuperar as voçorocas que
afetavam parte da cidade. Aplicamos a mencionada sobra de mais de 5 milhões de
cruzeiros na construção de galerias, que depois receberam prédios como
Prefeitura, Câmara, Correios, Casa do Médico e agência Volkswagen”.
OBRA PARA UMA
GERAÇÃO
“Visitando o
andamento dos trabalhos na construção da galeria, o gerente do Banco do Brasil,
que era meu adversário político, disse o seguinte: ‘Senhor Pezolato, esta
construção não é obra para uma administração e sim para uma geração’. Eis aí na
frase de um homem lúcido a reconhecidamente capacitado”.
POLÍTICA NAQUELA
ÉPOCA
“Minha atuação
como vereador foi satisfatória, apresentando 192 trabalhos e sem receber um
centavo de remuneração. A política daquela época era em todos os sentidos mais
idealista. Os vereadores (por exemplo) se empenhavam de corpo e alma para bem
desempenhar as suas funções. Não existiam mordomias (nem um cafezinho era
servido nas reuniões e algumas dessas sessões avançavam pela madrugada e
tomávamos (pagando) o cafezinho no Bar “Fecha Nunca”, em frente ao prédio da
edilidade”.
GRANDE OBRA EM
DRACENA
“A minha grande
obra em Dracena foi, com os feitos da sadia e honesta administração, colocá-la
no pedestal de ser (como é até hoje) a cidade líder da Nova Alta Paulista”.
PEZOLATO COMO
ESCRITOR
“Desde os meus
14 anos tenho a inclinação de versar. Ainda muito jovem publicava minhas
primeiras poesias no Getulina Jornal. Depois, em 1977, publiquei o primeiro
livro sob o título “Rimas sem Rumo”. Continuei escrevendo e guardando. Filiei-me
em seguida na Ordem dos Poetas do Brasil, com sede em Porto Alegre, então
passei a figurar como autor-participante em dezenas de livros, que se encontram
em vários países. O segundo livro foi “Senda de Sonhos”. O terceiro “Rastros
Românticos”. O gênero que mais uso e aprecio é o soneto”.
DRACENA É
MARAVILHOSA
“Para mim, que
ajudei a construí-la, Dracena é simplesmente maravilhosa. É uma cidade bem
planejada. É alegre, é aberta, é convidativa, é simpática, é hospitaleira e
simplesmente muito bonita”.
MENSAGEM FINAL
“Guardei na
memória os versos que li num muro, quando visitei Dracena pela primeira vez em
novembro de 1952:
Dracena – Cidade
Nova
Onde tudo se
renova
No caminho da
bonança
Naquele chão
brasileiro
De São Paulo
cafeeiro
É a Cidade
Esperança”
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