O SEGREDO
O mundo mudou. Esta pode ser a
frase mais surrada dos últimos tempos, mas é a mais verdadeira. Não apenas
mudou, porque isto não é fato novo desde que o mundo é mundo. Mudou porque
nunca antes na historia da humanidade as mudanças foram tão profundas e tão
rápidas. A globalização - a queda das fronteiras do conhecimento, da
informação, dos usos e costumes, das fronteiras físicas e geográficas, a
velocidade de tudo isso – fizeram com que novas gerações com novas
características surjam agora a cada 7-8 anos! O ciclo de vida de produtos está
tão rápido que fica difícil saber o que é tendência, moda ou modismo – se é que
a tendência ainda existe, porque quase sempre hoje é associada com
conservadorismo, imobilidade ou atraso.
Hoje
só sobrevivem aqueles que inovam, que são criativos, que identificam
necessidades e desejos frações de segundos antes dos demais. Empreendedores
agora são mais que nunca os que assumem um risco controlado de fazer diferente,
mais conveniente, mais útil, mais prático. Que conseguem penetrar na mente dos
consumidores, agora de uma aldeia global, e identificar antes dos demais o modo
de melhor satisfazer desejos e necessidades.
Alguns
poucos nascem com este dom especial de Steve Jobs, Bill Gates, Michael Dell,
Mark Zuckerberg, Bill Hewlett & David Packard, , Soichiro Honda, Akio
Morita, Marcel Dassault, Charles Rolls & Henry Royce. Mas assim como
líderes carismáticos – são poucos, escassos, ocasionais e difíceis de serem
copiados. Portanto, a maioria de nós - reles mortais normais - tem que se
sobressair em seus campos de batalha profissionais, primeiro pelo suor e depois
pela inspiração.
A
tradição milenar do povo da bíblia que persiste até hoje, diz que isso só é
possível através da educação, do conhecimento – a única riqueza que um homem
pode ter que jamais lhe será confiscada pelo mais poderoso déspota ou regime
que possa existir. Monumentos ruem. Impérios desaparecem. Apenas o conhecimento
continua e progride levando consigo aqueles que os nutrem como um jardineiro
rega suas plantas.
Em
momentos de crise econômica quando seria normal que a sobrevivência financeira
cotidiana tivesse prioridade total, verifica-se hoje em dia que o oposto ocorre
nos países de 1º mundo: é quando as pessoas mais procuram os bancos das
universidades, das escolas superiores à procura daquele conhecimento a mais,
daquela vantagem comparativa, da diferenciação que lhes dê a possibilidade do
salto a distância mais longo na virada, quando eventualmente o ciclo econômico
se reverter – e ele sempre o faz – fazendo valer todo o sacrifício enfrentado
nos momentos difíceis.
Conhecimento,
o poder de análise, a criatividade se obtém de vários modos, mas dois se
sobressaem: o técnico nas instituições de ensino e o cotidiano na informação,
no poder de síntese e na compreensão. Um não sobrevive sem o outro, se
complementam. Talvez o maior legado de uma educação superior seja aprender a
arte e a importância da pesquisa, da garimpagem da informação e da aplicação que
continuará pelo resto da vida projetando quem o faz, a contínuos progressos
pessoais e profissionais. Como dizia anos passados uma chamada muito bem
pensada da rede de noticias CNN: “Seja o primeiro, a saber. 24 horas por dia, 7
dias da semana. Para que você possa transformar Conhecimento em Oportunidades.
Estar Ciente em Estar Preparado. Informação em Inspiração”.
Gene
Cernan o último astronauta a pisar na Lua, que partiu esta semana aos 84 anos,
tinha uma frase inspiradora para os jovens que refletia sua vida onde a busca para
ser senão o melhor pelo menos um deles, tinha que ser mais intensa pela
ausência de alguma característica especial de nascença. Dizia ele: “Lute pelo
impossível. Faça ele acontecer.”
Isto
se aplica no Brasil de hoje com todas nossas dificuldades econômicas, sociais e
até motivacionais onde a cultura do ganho fácil, do privilégio e da impunidade
solapou o desejo de uma instrução ou conhecimento melhor, pela falta do
reconhecimento do valor desta empreita. Mas o país mudou ou está tentando mudar
tentando trazer de volta a meritocracia, a gestão, a produtividade e a
competitividade junto com o fim da impunidade. Estamos voltando a sentir que lá
no fim do túnel aqueles que se aventurarem pelo caminho do conhecimento,
independente de idade, condição econômica ou financeira e até da presente
capacitação, conseguirão ter o devido reconhecimento, a merecida recompensa.
Os
desafios são particularmente grandes, dignos dos riscos que os empreendedores
enfrentam em suas estratégias visionarias, porque significa na maioria dos
casos uma mudança de atitude – dar mais importância ao aprendizado, à
informação, à especialização que a simples obtenção do canudo. E uma mudança no
esforço – agora redobrado procurando compensar o tempo perdido. Nada que não
possa ser conseguido, pois na mesma linha do astronauta, Nelson Mandela afirmou
“Tudo é impossível até o momento que é feito”.
Este é o atual segredo para os que
querem uma vida melhor no futuro: A instrução, o aprendizado, a informação que
signifique a diferenciação. Para os céticos que gostam da afirmação - “Quem
sabe faz. Quem não sabe ensina”- seria interessante perguntar como aquele que
faz, se não for um gênio, consegue fazer sem ser ensinado? Já nasce sabendo?
Com cabelo e dentição pronta? O segredo que os asiáticos já descobriram já de
algumas décadas é que a educação e o conhecimento são as ferramentas
primordiais para o crescimento individual e da nação. Para a evolução da
sociedade para o 1º mundo e o sucesso pessoal. Foi assim que caiu o Muro de
Berlin, acabou a Cortina de Ferro e a União Soviética na Europa e decretou o
reconhecimento da economia de mercado na China.
Ninguém
põe em duvida o sacrifício de Trabalhar e Estudar ao mesmo tempo, mas este
esforço a mais pode significar o segredo do aprendizado também da motivação, da
gana de vencer, fundamental para o sucesso em toda vida, para qualquer um, em
todas as horas, em todos os lugares.
Psst!
Surpreenda a você mesmo. Seja diferenciado: Estude! Agora!
Roberto Musatti
Professor da REGES, Economista, Mestre e Doutorando em
Marketing.
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